Thursday, February 10, 2005

Como deseleger um deputado.

Estou preocupado. Muito. Todo início de ano, tudo aumenta. A conta de água aumenta, a conta de luz e telefone aumentam, o meu condomínio aumenta, a conta do supermercado aumenta, a gasolina aumenta, o preço da passagem aumenta. E a minha paciência diminui. Afinal, o meu salário não aumenta. E nem o salário da minha empregada, porque aumento de salário mínimo, convenhamos, é quase uma esmola. Mas quem é que define isso? Os políticos. E adivinhe só: o salário deles, que de mínimo não tem nada, deve aumentar ainda mais. Aliás, um senhor aumento, não é senhores deputados? Saiu até na Revista Veja (edição 1891 / 9 de fevereiro).

Por incrível que pareça, esses caras já estão se movimentando lá na Câmara para promover outro oba-oba. Fala sério! Alguém precisa dizer para eles que o carnaval já passou. Agora veja: estamos em plena disputa pela presidência da Câmara dos Deputados e qual é a principal proposta dos candidatos? Bingo! Aumento de salário. “Nada mais justo” - diz um deles. “Absolutamente legítimo” - concorda outro. Mas claro que é legítimo. E como não seria, se quem faz as leis são justamente eles? Já pensou que maravilha se você também pudesse chegar para o seu chefe e dizer que o seu salário, a partir de amanhã, aumentará 51%? Pois foi só esse o pequeno aumento que os nossos distintos deputados se auto-concederam 2 anos atrás. Tadinho deles, né gente?

Mas agora prepare o bolso, porque depois de tanto tempo lá vem outro assalto, quer dizer, aumento. Vai anotando aí: o salário atual de um deputado federal, que é de modestos 12.850 reais, deve subir para 21 mil! Mas calma, vamos pensar positivo e acreditar que ficará só em 19 mil, proposta mais baixa que os candidatos apresentaram. Aliás, 19 mil é um aumentozinho muito mixuruca mesmo, só 47,85%. Deve ser por isso que os deputados também recebem verba parlamentar. Hoje, cada um deles tem direito a R$35mil por mês para contratação de funcionários. Mas olha o aumento aí geeeeente: essa verba desse ser fermentada e chegar a 45 mil. Vai dar pra contratar mais gente? Vai resolver o desemprego no Brasil? Na-na-ni-na-não. No máximo, um tiozinho, cunhado ou amigo ganhará mais uma vaga. Sem contar, lógico, aqueles funcionários abnegados que trabalham(???) e, no fim do mês, devolvem parte do salário aos deputados. Deve ser isso que eles chamam de distribuição de renda. Ainda bem que poucos parlamentares fazem isso (me belisquem, por favor).

Pensa que acabou? Não, não perca as contas. Fora isso, todo mês os nossos dignos representantes têm direito a R$15 mi reais para manter um escritório, outros R$ 4.280 para despesas com telefone e correio (peraí, isso não estaria incluído na manutenção?) e mais R$ 3 mil para auxílio-moradia. É o fim da picada. Quem ganha um salariozinho desses precisa de auxílio-moradia? Óbvio que sim. Só quem tem moradia pode pleitear esse tipo de auxílio. O zé-ninguém, que mora debaixo da ponte não precisa. A Dona Maria, que mora na favela, também não. Já recebe o vale-gás, o bolsa-escola, o bolsa-família. Auxílio-moradia, só para figurões do alto escalão, afinal, bancar mansões e hotéis 5 estrelas não sai barato.

Vida dura desses deputados, hein? Mas enfim, todo esse desabafo tem um objetivo: quero ver se você se sente tão indignado quanto eu. Assim quem sabe você aprova esta proposta: que tal a gente repetir as eleições para definir se os nossos candidatos merecem ou não continuar no cargo? Imagine só: você elege um deputado para 4 anos. Quando chegar na metade do mandato, ele presta contas de tudo o que fez: de quantas sessões participou e faltou, quantas propostas apresentou, em quê ele votou a favor, em quê ele votou contra etc. Ah, e também como gastou os míseros trocados que ele recebe como deputado. Daí, se a gente aprovar o seu desempenho, vota “confirma”. Se não, aperta “nulo” e deselege o sujeito. Aliás, tenho outra sugestão melhor: em vez de “nulo”, a gente aperta a tecla “eject” e daí já catapulta o infame deputado pelos ares. É certo que o tráfico aéreo ficaria muito intenso, mas mesmo assim valeria a pena. De quebra, a gente ainda seria campeão em arremesso de políticos.

7 comments:

Angélica said...

É revoltante mesmo...

A gente rala mto e recebe uma merreca por mês, custa a conseguir pagar todas as contas, e eles lá, no bem bom, com todas as regalias... ABSURDO!!!

Mas é como diz uma música q tocava no Acorda Paschoal!: "Quero ser corrupto e meter a mão".

E digo mais, político corrupto é q nem pão de queijo com queijo: PLEONASMO!

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Ana Ribeiro said...

Ah não. O tráfego aéreo ia ser horrível. Imagina que tou eu bem viajando de avião, naquela janelinha que eu tanto briguei no guichê pra pegar e, no meio do meu prazer, enquanto eu vejo a cidade lá embaixo: Puf! Bate bem na minha janela um político daqueles mais safados. Ainda que eu fosse curtir rir da cara dele, acho que seria melhor um botão de desitengrar. Até porque essa é a melhor maneira de acabar com o problema do lixo.

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