Monday, July 25, 2005

O dia que mudou a minha vida.

Era um dia qualquer, de uma semana qualquer, no primeiro semestre de 2003. Só me lembro bem que era um dia útil. Ou melhor, utilíssimo: aquele bendito dia mudou a história da minha vida. O fato é que eu estava chegando pra trabalhar depois do almoço e vi, lá do outro lado da rua, um conhecido meu. Irmão de uma amiga minha dos tempos de faculdade, com quem eu não me encontrava há um tempão. E de repente lá estava o rapaz , indo pra não sei onde pra fazer não sei o quê. Se eu tivesse acenado pra ele e cumprimentado simplesmente com um sorriso, estaria tudo bem. Tudo normal. Mas em vez disso – por que será? - resolvi atravessar a rua e trocar algumas palavras. Nada muito importante, as trivialidades de sempre.

“E aí? Como é que você está? Tudo bem na sua casa? O que anda fazendo da vida?“

E foi justamente essa pergunta que trouxe uma nova brisa pra minha vida. Era o vento que eu estava esperando para içar as minhas velas e navegar por outros mares. Naquele bate-papo despretensioso, fiquei sabendo de um curso noturno (e gratuito) para formação de professores. Eu, que já sonhava com esse porto, de repente descobri terra à vista. Ali mesmo, naqueles preciosos minutos, comecei a traçar os meus planos de viagem. Continuaria trabalhando normalmente em meu emprego e, ao mesmo tempo, estudaria à noite.

Busquei mais informações sobre o curso, pedi orientações ao meu colega e, já no próximo semestre, estava freqüentando as mesmas salas de aula que ele havia freqüentado. Ali conheci novos amigos e aprendi como ser (e como não ser) um bom professor. Um ano depois – como passou rápido! – estava recebendo meu certificado de formatura. Estava pronto pra recolher as ancoras, quando a oportunidade, mais uma vez, desvendou-se no horizonte.

Um concurso de seleção de docentes em uma das universidades mais tradicionais da cidade abriu-me as portas para uma nova experiência profissional. Mal podia acreditar que, alguns dias depois, eu estaria dentro de sala. Embarquei no meu navio, trazendo grandes esperanças. E, para minha fortuna, descobri que tinha alma de marujo. Senti que o vento continuava soprando a meu favor.

Por isso, quando um novo desafio apresentou-se em meu caminho, pensei bem e decidi que era hora de mudar. Hora de deixar para trás os dez anos de vivência bem sucedida no mercado de propaganda e buscar algo maior. Algo que me empolgasse mais, que me fizesse brilhar os olhos e rejuvenescer o espírito. Em suma, algo que me tornasse mais feliz.

Acredito sinceramente que essa é a busca que todos temos que fazer. Porque o maior tesouro da vida não é ouro, jóias e nem glória. É a satisfação de olhar para trás e sentir que estamos no caminho certo. E também de olhar pra frente e sentir que aquilo que nos espera é o que nos motiva a continuar.