Minha filha pequena está ficando
grande. Hoje, Mariana completa 11 anos. Mas eu ainda vejo nessa mocinha o encantamento
lindo da infância. Olho pra ela, cada vez mais ligada em videogames e menos
interessada nas bonecas, e ainda reconheço a criança exuberante que existe no
seu coraçãozinho. E aí, o meu é que vai ficando pequeno. Porque daqui a pouco, ela
não vai mais pedir “papai, deita um pouquinho comigo”, quando chegar a hora de
dormir. Não vai mais me receber com aquele abraço gostoso quando eu volto pra
casa. Não vai mais me chamar para brincar, porque isso pra ela será “coisa de
criança”. E então eu ficarei ali, lembrando de tudo que estou lembrando agora e
pensando em todas as vezes em que eu só fui deitar com ela depois que ela já
estava dormindo. Pensando nos dias em que eu cheguei cansado e, antes de
receber o seu abraço, dei uma bronca porque ela deixou a casa bagunçada. Nos momentos
em que eu estava trabalhando e não pude parar e brincar, como ela tanto pedia.
Mas vou tentar deixar isso de lado e lembrar também que, muitas outras vezes,
eu me enfiei debaixo das cobertas e cobri minha baixinha de cócegas. Recordarei
as noites em que o seu carinho foi mais rápido que a minha rabugice, e que o
seu abraço derrubou o meu cansaço e levantou a minha disposição. E também os
dias em que resolvi chutar o balde e, sim, permiti que a minha filha me fizesse
voltar a ser criança. São esses os momentos que eu quero guardar. Porque se a
gente não pode guardar a infância dos filhos para sempre, pelo menos eu posso preservar
esses instantes maravilhosos que a gente viveu nesses 11 anos juntos. E eles
estão bem guardadinhos, minha filha, junto com você, no meu coração. Que Deus
te abençoe para você crescer com saúde, sempre espalhando alegria. Não importa
o quanto você cresça, você será sempre minha baixinha.