Wednesday, October 21, 2015

Minha baixinha

Minha filha pequena está ficando grande. Hoje, Mariana completa 11 anos. Mas eu ainda vejo nessa mocinha o encantamento lindo da infância. Olho pra ela, cada vez mais ligada em videogames e menos interessada nas bonecas, e ainda reconheço a criança exuberante que existe no seu coraçãozinho. E aí, o meu é que vai ficando pequeno. Porque daqui a pouco, ela não vai mais pedir “papai, deita um pouquinho comigo”, quando chegar a hora de dormir. Não vai mais me receber com aquele abraço gostoso quando eu volto pra casa. Não vai mais me chamar para brincar, porque isso pra ela será “coisa de criança”. E então eu ficarei ali, lembrando de tudo que estou lembrando agora e pensando em todas as vezes em que eu só fui deitar com ela depois que ela já estava dormindo. Pensando nos dias em que eu cheguei cansado e, antes de receber o seu abraço, dei uma bronca porque ela deixou a casa bagunçada. Nos momentos em que eu estava trabalhando e não pude parar e brincar, como ela tanto pedia. Mas vou tentar deixar isso de lado e lembrar também que, muitas outras vezes, eu me enfiei debaixo das cobertas e cobri minha baixinha de cócegas. Recordarei as noites em que o seu carinho foi mais rápido que a minha rabugice, e que o seu abraço derrubou o meu cansaço e levantou a minha disposição. E também os dias em que resolvi chutar o balde e, sim, permiti que a minha filha me fizesse voltar a ser criança. São esses os momentos que eu quero guardar. Porque se a gente não pode guardar a infância dos filhos para sempre, pelo menos eu posso preservar esses instantes maravilhosos que a gente viveu nesses 11 anos juntos. E eles estão bem guardadinhos, minha filha, junto com você, no meu coração. Que Deus te abençoe para você crescer com saúde, sempre espalhando alegria. Não importa o quanto você cresça, você será sempre minha baixinha.