Saturday, October 29, 2016

Vencer o apesar


Nenhuma vitória é alcançada sem que se vença primeiro o "apesar". Porque sempre haverá motivos e forças, internos e externos, jogando contra. Sempre!

Pare um pouco para pensar e tente se lembrar de alguma conquista em qualquer área e em qualquer lugar que tenha se realizado sem esforço e autoconfiança. Simplesmente não existe. E se um dia existir, será uma conquista sem mérito. O mérito vem justamente da superação.

Apesar de não ter tempo a gente vence, abrindo mão de compromissos e alongando o dia madrugada adentro.

Apesar de desconfiar do juiz a gente vence, acreditando que podemos e jogando limpo e bonito pra vitória ser incontestável.

Apesar da falta de apoio a gente vence, somando forças com os poucos que, juntos, podem fazer muito.

Apesar de toda insegurança a gente vence, confiando no próprio talento para ganhar coragem e brilhar no palco.

Apesar de um insucesso a gente vence, usando a experiência para aprender e alimentar a chama da vitória.

Apesar de dizerem que não a gente vence, teimando que sim e buscando alcançar aquilo que os outros não ousaram.

Apesar da razão nos frear a gente vence, sentindo o coração acelerar pela crença inabalável de que é possível.


Afinal, apesar de todos os apesares, a pesar os prós e os contras, quando a gente quer alguma coisa de verdade, é possível sim. 

E é só assim que a gente vence.

Friday, October 21, 2016

O abraço que não é só um abraço

Há um ano, quando a minha filha mais nova completava os seus onze, eu fiz um textão pra ela. Nesse texto (que você pode ler aqui) eu falava o quanto a gente sente, quando percebe que os nossos baixinhos logo, logo serão grandinhos. E de tudo o que me faria falta, o que mais me deixaria com saudades seria aquele abraço gostoso que ela me dava, sempre que eu abria a porta de casa.

Eu publiquei o texto no meu blog, muita gente viu e se emocionou, mas depois eu caí na real que, pra ela mesmo, eu não tinha mostrado. E aí, enquanto a gente comemorava num restaurante, eu passei o celular pra ela lá do outro lado da mesa. Fiquei de longe observando sua reação. E assim que acabou de ler, ela olhou pra mim com os seus olhinhos cheios d´água. Minha filha deu a volta e veio me dar um abraço. Aquele abraço.

Ficamos nós dois um tempão assim, abraçados, sem nem lembrar que tinha gente perto. Os dois chorando. E o mais legal aconteceu depois: no dia seguinte. E no outro, no outro, no outro, até hoje.

Esse abraço deixou de ser só um abraço. Daí em diante ela sabia o que isso significava pra mim. E queria me lembrar que ela sentia a mesma coisa. Por isso, quando eu chegava em casa, minha mocinha me via e avisava para eu me preparar. Ela voltava lá no quarto e vinha correndo até a sala, pronta pra me derrubar. Se preciso, até esperava eu largar as bolsas e as sacolas de lado.

Aquele abraço - esse que eu continuo recebendo todo dia - é um presente que ela me dá. Um jeito dela me dizer que nunca vai me abandonar, não importa o quanto ela cresça. Por isso eu resolvi fazer esse texto, exatamente um ano depois.


Porque eu também quero dizer para você, filha, nos seus 12 anos, que estarei sempre de braços abertos para você. Para comemorar suas conquistas. Para amenizar suas dores. Para aliviar suas dúvidas. Para te esquentar do frio. Não importa. Venha me abraçar sempre que quiser, Mari, pra gente estar de novo juntos, desse jeito tão especial e tão nosso. Nesse abraço que envolve até o coração.