Friday, January 12, 2018

Minha pequena linda adolescente.

Dizem que a adolescência é um período difícil. É sim. Por isso fica mais fácil a gente se afastar. Senão briga, xinga, reclama, machuca. E quanto mais isso acontece, mais a gente se afasta. E quanto mais a gente se afasta, mais fica difícil voltar. 

Mas como ficar longe de quem a gente quer perto? Como deixar pra lá quem queremos aqui, no calor do nosso abraço? Naquele espaço apertado que antes aquecia, mas que agora parece queimar?

Entendo a necessidade, minha pequena linda adolescente, de você se afastar. Respeito a sua vontade de fazer suas escolhas, tomar suas decisões, seguir seus caminhos. Já fui adolescente também. Só que hoje sou pai e quero o melhor pra você, filha. Por isso, deixo que as suas escolhas sejam suas. Mas só até o ponto em que elas não te façam acreditar que a sua presença é desnecessária.

Porque mesmo quando estamos longe, estamos junto com você. Sempre. E tem aquelas horas em que queremos estar juntos literalmente. Todos. Sem deixar ninguém pra trás. Então, me desculpe se você quiser ficar e a gente insistir em te levar. Vamos insistir mesmo. Mais e mais e mais. Afinal, a sua companhia é importante demais, desejada demais, valiosa demais.

Ademais, a própria vida se encarregará de preencher os seus dias e as suas noites, até chegar uma hora em que você vai sentir falta de cada minuto ao lado da sua família. É assim que a gente se sente hoje. Por isso queremos compartilhar com você, em todas as oportunidades que tivermos, todas as delícias, todos os perfumes, todas as paisagens, todos os mergulhos, todos os sorrisos e todas as surpresas que a vida nos oferece.

Então, quando a gente te chamar, filha, escute por favor. Desligue o computador e o celular um pouquinho. E se liga que a vida só é um presente, quando quem a gente ama está presente.


Thursday, January 04, 2018

Carta aos meus pais

Mãe, pai... é um presente ter vocês aqui. Mais do que isso, é uma bênção. Quero dizer isso assim, com todas as letras, pra vocês ouvirem e guardarem pra sempre no seu coração. É que a gente sofre muito por tudo aquilo que não disse. Que não fez. Que não amou. E eu amo muito vocês pra ficar calado, pra não te abraçar e te beijar o tanto que vocês merecem.

Tenho visto vários dos meus amigos se despedirem dos seus pais e a cada vez que isso acontece, minha garganta aperta mais. Porque sei que o tempo passa para todos nós e é justamente a falta dele que tem mais me incomodado. Se Deus deu me deu a graça de ter vocês aqui, não posso deixar isso passar. É como ter no bolso um bilhete premiado que a gente não vai descontar. Então eu quero sacar esse bilhete e aproveitar cada centavo desse tesouro que a vida está me dando.

Quero começar me desculpando porque, quando cresci, acreditei que era auto suficiente. E só depois percebi que não. Sei que dou conta de cuidar de muita coisa sozinho. Mas não consigo pensar em vocês sozinhos, esperando a visita que não vem, o telefone que não toca, o feriado que não chega. Perdoem essa minha ausência que o trabalho e o cansaço provocam.  

Agora que também sou pai e tenho minhas crianças para cuidar, percebo o vazio que deixei na sua casa, porque já imagino que um dia será assim comigo também. É a vida. Mas é a gente que escolhe como vivê-la, não? Por isso, eu quero aproveitar cada instante que eu tiver ao seu lado.

Minha promessa de ano novo é essa. Estar mais perto. Abraçar mais. Beijar mais. Pegar mais no seu pé pra que vocês precisem de menos remédios. Pra que acalmem a sua cabeça e o seu espírito. Pra que redescubram a alegria de passear, de viajar, de ir ao cinema. E, sempre que eu puder, eu irei junto com vocês.

Afinal, não tenho como agradecer e retribuir a tudo que vocês já me ensinaram e me deram. Mas posso dizer que é uma felicidade ter a sua companhia. Uma bênção, como eu já disse e quero repetir. E as bênçãos - vocês também me ensinaram isso – a gente tem mais é que agradecer e fazer por merecê-las, porque elas são especiais. Realmente especiais.

Amo vocês!