Dizem que a adolescência é um período difícil. É sim. Por
isso fica mais fácil a gente se afastar. Senão briga, xinga, reclama, machuca.
E quanto mais isso acontece, mais a gente se afasta. E quanto mais a gente se afasta,
mais fica difícil voltar.
Mas como ficar longe de quem a gente quer perto? Como
deixar pra lá quem queremos aqui, no calor do nosso abraço? Naquele espaço
apertado que antes aquecia, mas que agora parece queimar?
Entendo a necessidade, minha pequena linda adolescente, de
você se afastar. Respeito a sua vontade de fazer suas escolhas, tomar suas
decisões, seguir seus caminhos. Já fui adolescente também. Só que hoje sou pai
e quero o melhor pra você, filha. Por isso, deixo que as suas escolhas sejam suas.
Mas só até o ponto em que elas não te façam acreditar que a sua presença é
desnecessária.
Porque mesmo quando estamos longe, estamos junto com você. Sempre.
E tem aquelas horas em que queremos estar juntos literalmente. Todos. Sem
deixar ninguém pra trás. Então, me desculpe se você quiser ficar e a gente
insistir em te levar. Vamos insistir mesmo. Mais e mais e mais. Afinal, a sua
companhia é importante demais, desejada demais, valiosa demais.
Ademais, a própria vida se encarregará de preencher os seus
dias e as suas noites, até chegar uma hora em que você vai sentir falta de cada
minuto ao lado da sua família. É assim que a gente se sente hoje. Por isso queremos
compartilhar com você, em todas as oportunidades que tivermos, todas as
delícias, todos os perfumes, todas as paisagens, todos os mergulhos, todos os
sorrisos e todas as surpresas que a vida nos oferece.
Então, quando a gente te chamar, filha, escute por favor. Desligue
o computador e o celular um pouquinho. E se liga que a vida só é um presente,
quando quem a gente ama está presente.