Wednesday, April 20, 2005

Só sabe quem vive.

Tem gente que detona casamento. Tem gente que é pior e condena relacionamento sério. Numa boa? Seria melhor detonar quem vive dizendo isso. Afinal, salvo os celibatários e ermitões, todo mundo tem o desejo de encontrar alguém. E daí surge naturalmente a vontade de manter um relacionamento. Mais cedo ou mais tarde, isso acontece. Pode reparar em volta de você. Ou melhor, dentro de você. Porque no fundo a vida é assim. Chega um momento em que a gente cansa de ficar e fica a fim de namorar. A gente cansa de “enrolar” e passa a pensar em “juntar”. Portanto, o casamento (seja formal ou não) acaba acontecendo mesmo.

A diferença é que para algumas pessoas “casamento” vira uma obrigação em vez de ser diversão. Por isso elas condenam e por isso não dá certo. Um relacionamento, para engrenar, tem que botar a gente pra cima, não pra baixo. Você precisa ter vontade de voltar pra casa. Ansiedade pelo cineminha no fim-de-semana. Loucura pelo passeio no próximo feriado. E pra tudo isso, é necessário fazer planos juntos, sonhar juntos, “querer” juntos. Mesmo que os casais pensem de maneira diferente. Aliás, isso é até bom, afinal as diferenças não existem para separar, mas sim para acrescentar.

A melhor prova disso é a paternidade. Quando nasce uma criança, o relacionamento muda radicalmente. Só que muda pra melhor. Claro que algumas coisas – como aquele cineminha - ficam mais difíceis. Outras, impossíveis mesmo. Mas e daí? No final, o saldo é super positivo. Quanto você ganha, quanto você aprende, quanto você cresce juntamente com seus filhos? Quem não passa por essa experiência não tem nem chance de saber. Mas isso não quer dizer que a gente possa sair procriando e está tudo bem. Estou dizendo apenas que você provavelmente nunca vai se arrepender de ter um filho. Porém a chance de se arrepender de não ter tido, essa sim é bem maior.

Portanto, quando escuto aquela turma do contra criticando casamento e paternidade, só posso pensar das duas uma: ou essas pessoas são muito egoístas, ou elas ainda estão muito imaturas e não sacaram que quanto mais você se doa para seu/sua companheiro(a) e seus filhos, muito mais você recebe em troca. Nessa matemática, dividir e multiplicar é sempre um sinônimo de somar.

4 comments:

Angélica said...

Oie!
Eu acho q é mal de gente nova... Claro q tem uns aí q se dizem adultos q falam q casamento é loucura... Eles não sabem o valor de um casamento, com ou sem véu e grinalda.
Eu acho q casamento é a melhor coisa q pode acontecer ao ser humano. Mas é casamento com certeza q se ama e q esse amor só vai crescer... Se for casar por casar é melhor nem namorar...
Já fui assim... Mas hj eu penso diferente... Eu quero me doar pra alguém q me complemente, por q eu sei q qdo isso acontecer, esse alguém tbm vai se doar pra mim... A gente não é ninguém até encontrar alguém... E qdo a gente encontra o alguém certo, a nossa vida muda, e a gente se sente feliz!

Anonymous said...

Daniel, a verdade, dolorida verdade, é que Viver é a coisa mais rara do mundo. A maioria das pessoas apenas existe. Quem é capaz de se doar, Vive. Os demais ficam sujeitos à própria vaidade. E estão condenados tanto a sofrer, quanto a causar sofrimento.

Um abraço, Bota

Tatiana Jardim said...

Opiniões... opiniões...
rsrsrsrsrsrsrsrsrs
Claro que eu sossego. Não sou a favor da poligamia. Gosto de poder contar com alguém.
O que eu não gosto é que a maioria das pessoas desenvolve devoção pelo parceiro. Admiração é essencial, devoção é destrutiva.
Você faz uma imagem da pessoa e quando casa vê que ela não é aquilo. Esse é o principal erro, ao meu ver.
Eu sou contra aquele pensamento cretino de que somos incompletos. Sim, encontrar alguém bacana é bom pra caralho, mas ELA NÃO É RESPONSÁVEL PELA SUA FELICIDADE.
Você não tem que encontrar a metade da maçã pq você não é uma maçã, e se for partido na metade você morre. Esse pensamento conforta quem encontrou alguém legal, mas martiriza pessoas solteiras. Pimenta nos olhos dos outros é refresco.
Eu não agüento gente que não sabe separar tristeza de fatalidade. Término de namoro é triste, mas não é o final da vida. Fala que não respira sem a pessoa, vira praticamente um irmão-siamês dela, se esquece dos próprios amigos, das opiniões. Não agüento mulheres que colocam o sonho de casar de branco na frente até mesmo da escolha do parceiro. Isso eu realmente acho insuportável.
Falo por experiência própria que manter um relacionamento saudável é mais difícil do encontrar alguém bacana. Muito mais. Agora estou em um. Quem sabe um dia (um dia...) eu vá morar com ele e tenha que assumir um casamento, mesmo que informal?
Agora, meu amigo, temos que admitir: querendo ou não, essa sua felicidade que ainda dura no seu casamento, esse seu tesão pela família, é algo raro. Parabéns, você ganhou na loteria e eu espero que você saiba administrar o prêmio, para durar por toda a vida.
Infelizmente, a geração que aproveitou maiores facilidades e quase nenhum preconceito com relação ao divórcio, não deu um bom exemplo.
Sim, eu tenho medo da rotina.
Agora, com relação à maternidade, por enquanto não quero. Nem posso. Moro com meus pais e ganho pouco. Não me vejo grávida. Mas, tenho a cabeça aberta suficiente para mudar de opinião. E acredite, pessoas como você influenciam.
Putz, falei pacas.
Um abração!

Ana Ribeiro said...

Ah! Adorei o assunto. Vamos mesmo falar disso. Que bom que achei alguém que, assim como eu, tem um relacionamento gostoso que nos enche de orgulho e felicidade.

Sou obrigada a discordar de praticamente tudo o que a Tatiana aí em cima disse.

Primeiro: Gente que casa com uma pessoa e descobre que casou com outra, das duas uma: ou idealizou alguém que não existia ou não queria ver. Aí eu só lamento.

Eu não acho cretino o pensamento de que sejamos incompletos. Eu sou incompleta mesmo. Preciso do meu marido pra somar, da minha família pra dividir, dos meus amigos pra multiplicar, eu preciso de todo mundo. E que bom que todos precisam de mim também.

Vou concordar com a parte de que ninguém é responsável pela minha felicidade. Apenas eu sou responsável por isso. E, se meu marido me faz feliz, é porque eu soube escolher bem. Então, o papel dele é fundamental, mas sem esquecer que foi uma escolha minha.

Eu gosto de ser maçã, gosto de ser metade, gosto de saber que eu sou apenas 50%. O Dan são os outros 50% perfeitos.

Quanto aos solteiros, têm muitos por aí que estão nessa por vontade própria, por não saberem valorizar o que têm ou o que tiveram. Sinceramente, tem gente que não sabe namorar mesmo. Tem gente que acha que namorar é beijar na boca, ter ciúmes, vigiar a pessoa, ficar chateado se o outro sai sozinho, impedir o outro de ter amigos, afastar os próprios amigos também. Tem gente que pensa que namorar é isso. Quanto a esses, meu mais sincero "cada um com seus problemas". Mas tem gente que não achou a pessoa certa mesmo. É difícil. VOcê tem que ter sorte e estar preparado pra abrir mão. Relacionamento é muito abrir mão. Afinal, compartilhar é isso. Hora é o que eu quero, hora é o que você quer e com sorte, hora é o que nós dois queremos.

Discordo da dificuldade de manter um relacionamento saudável. Achar alguém bacana é que é difícil. Nossa, isso é mesmo difícil. Depois que achou fica fácil. Aliás, Danilo (meu marido) e eu comentamos que um relacionamento saudável é tão fácil que temos dó de quem não tem um. É falta de noção mesmo. Lembrar, cuidar, se importar, abrir mão, ceder, dar carinho, falar a verdade, tudo o básico. É como se fosse um amigo, a diferença é que rola sexo, não tem mistério.

A raridade não é o tesão pela família, a raridade é alguém que sabe que amar alguém não é amar as qualidades, mas também os defeitos. Eu amo cada defeito do meu marido, são eles que fazem dele tão especial. Amar as qualidades é muito fácil. Amar os defeitos faz toda a diferença.

A rotina eu adoro. Eu adoro chegar em casa e ganhar um abraço gigantesco. Eu adoro sair pra fazer compras e insistir em levar o mais barato enquanto o Dan quer levar o de marca, adoro reclamar que ele deixou roupa suja no chão de novo. Adoro tudo. A rotina só é ruim quando é uma rotina ruim. Uma rotina gostosa dá sensação de segurança e tranquilidade.

Maternidade não estou pronta. Eu acho mesmo que quando a gente tá pronto pra algo é quando a gente gosta da parte ruim (assim como amar os defeitos do meu marido). Eu não estou pronta pra ser mãe porque eu ainda não gosto da idéia de abrir mão das minhas coisas por um filho, eu não estou ansiosa por ser responsável pela vida de alguém, eu tenho medo de uma responsabilidade que eu não posso abrir mão. E filho é assim, você não pode abrir mão.
E com certeza é uma fase extremamente egoísta. E sim, eu tenho medo de querer ter filhos quando eu não puder mais, mas daí eu adoto.

Pro casamento eu estava pronta. E não me decepcionei. Filhos, ainda falta mais maturidade e menos individualismo.

Daniel, que fofo que você tem uma vida gostosa dessa. Eu sei o que é isso. É mesmo muito bom voltar pra casa e encontrar alguém.

Felicidades.