Wednesday, June 28, 2006

FALHA NOSSA.

Tem uma coisa que eu vivo repetindo pra mim mesmo e, às vezes, digo também aos meus amigos: “nunca dê sua razão para o outro”. Faça a coisa certa para que ninguém reclame depois e você não possa falar nada porque sabia que estava errado. Se você estiver com a razão, pode até ser criticado e ter que engolir um sapo. Mas na sua consciência, você terá paz porque agiu corretamente. Daí, pelo menos, o sapo vira rã.

Essa é uma filosofia que eu procuro seguir. O problema é que eu me cobro demais e essa cobrança vem com juros muito altos: ansiedade, insegurança, perfeccionismo e, no final das contas, frustração. Isso porque, quando você não se permite errar, você acaba errando. Pode reparar, é batata. Ou melhor: é pepino, abacaxi. E daqueles difíceis de descascar.

Mas graças a Deus, de uns tempos pra cá eu tenho conseguido me entender melhor. Passei a me respeitar mais e a brigar menos comigo. Não fico pegando tanto no meu pé. Isso tem me feito muito bem, pois me sinto mais confiante, mais tranqüilo, embora continue exigente do mesmo jeito.

O segredo é não ficar sofrendo pelos erros. Vale mais a pena aprender. Então, se alguma coisa dá errado, em vez de desanimar e reclamar, vamos procurar a razão. Mas sem essa de caçar bode expiatório, porque isso também não leva a nada. É transferência de culpa. Babaquice.

Se o problema é fruto de uma casualidade que não pôde ser evitada, não adianta mesmo a gente reclamar e sofrer. O lance é absorver o impacto e tocar a bola pra frente.

Se o que pegou foi a conduta de alguém próximo, vale dar um toque na pessoa. Vale até um puxão de orelha, se essa pessoa está sob a nossa responsabilidade. Do contrário, só podemos mesmo aconselhar. E conselhos, a gente sabe, todo mundo gosta de dar, pouca gente de receber.

Agora, se a questão foi mesmo “Falha Nossa”, aí não tem jeito: demos a nossa razão para o outro e temos que aceitar a crítica. Principalmente nossa auto-crítica, afinal, nessas horas a gente sente vergonha, raiva, arrependimento, desânimo e uma porção de outras coisas.

Só que nada disso leva a gente pra cima, só pra baixo. Por isso, esse é o momento em que precisamos ser mais compreensivos com a gente mesmo. Não para relaxar e chutar o balde, mas sim para aproveitar a oportunidade e crescer. Mais importante do que a gente saber o que fez de errado, é compreendermos o que é preciso fazer para as coisas darem certo.