Monday, November 27, 2006

Aprendendo e vivendo.

Da primeira vez foi uma paixão. Aquela onda que vem e inunda o cair da tarde, espalhando-se noite adentro, a ponto de deixar qualquer um flutuando ao voltar pra casa. Não parecia nem que um dia inteiro de trabalho havia se passado.

Foi uma época inesquecível. O retrato de um instante de felicidade.

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Da vez seguinte prometia ser assim. A começar pela notícia inesperada de que aquele primeiro encontro teria continuidade. Tão grande a surpresa quanto as expectativas.

Mas a verdade foi bem outra. Aos poucos, o cotidiano foi cumprindo seu papel de recolher os pensamentos, os desejos e os sonhos. De repente, a voz já não se ouvia. O sorriso empalidecia. A atração escasseava.

Relacionamento morno, amortecido.


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Veio então a terceira vez e junto com ela, outra surpresa, prenunciando o que viria dali em diante. Perplexidade, desapontamento, chateação. Um emaranhado de emoções que mal se podia crer estar sentido.

Estar junto não mais por desejo, mas pela sensação do dever. Sensação que acaba nos deixando em débito com a gente mesmo.

Podia ser uma chance de recuperar o tempo perdido. Mas parece que foi apenas mais tempo que se perdeu.

Podia ser um reencontro... vã ilusão. Mas será que não valeu a pena?

Talvez sim. Às vezes, o desencontro com o outro é um encontro consigo mesmo.

Relacionamentos vêm e vão. Alguns deixam boas lembranças. Outros sequer deixam saudades. Mas todos deixam lições.

É claro que somente para quem sabe aprender.